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09 dezembro 2014
CANSEI
21 novembro 2014
O QUE EU APRENDI COM OS HOMENS
14 setembro 2014
SOBRE UNHAS E HOMENS SEM CRITÉRIO
Eu, que rarissimamente pinto as unhas, me senti diretamente atingida.
Então, cidadão que julga uma mulher pelas unhas sem esmaltes, não é da sua conta, não, mas vou te dizer algumas palavras sobre isso.
Você sabe quanto tempo da minha vida eu já passei - e ainda passo - numa academia, pra manter minha barriga mais dura do que a lataria do seu carro? Sabe quanto tempo eu gasto, todo santo dia, me maquiando? Sabe quanto dói depilar com laser pra manter certas partes do meu corpo mais lisas que sua carteira? Sabe quanto eu gasto com cabeleireiro pra manter meu loiro num tom elegante e não parecer cabelo lavado na água de salsicha?
E nós, mulheres, fazemos tudo isso porque a sociedade é muito cruel com a gente. Precisamos estar, 24 horas - dormir e acordar - lindas e loiras, para que um cidadão com a cabeça do tamanho de uma ervilha como a sua não nos julge por causa da unha, da bunda ou da cor do cabelo.
Você não sabe, porque o máximo de trabalho que tem consigo mesmo é passar desodorante e pentear o cabelo com as mãos. Não sabe, porque você não vai encontrar uma mulher com a cabeça tão pequena a ponto de julgar seu "nível" de vaidade pela unha. Não sabe, porque você está tão ocupado com seu critério de seleção que você não se dá o trabalho de enxergar outras coisas. Não consegue ver além.
Pra sua informação, minhas unhas, apesar de sempre sem esmaltes, estão sempre impecáveis. Porque uma pessoa que cuida tanto de si não ia deixar as unhas de fora. Apenas não tenho usado esmalte.
Se isso faz de mim menos mulher, menos vaidosa, ou menos apta a passar nos seus critérios, lamento. Lamento que você tenha tido uma educação tão superficial que faz você excluir mulheres por causa da unha sem esmalte. E lamento mais ainda o tempo que gastei tentando te explicar isso. É demais pra sua cabeça pequena.
19 outubro 2011
SOBRE O BLOG
23 agosto 2011
O HOMEM DA RELAÇÃO
07 julho 2011
O CAFAJESTE E O BOM MOÇO
30 maio 2011
O OUTRO LADO DA HISTÓRIA
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Beijos e boa semana!
19 maio 2011
MAIS MACHO QUE MUITO HOMEM
19 abril 2011
ELE VAI SE CASAR
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Este blog é uma obra de ficção. Todos os textos publicados aqui são fruto da minha imaginação fértil. Ou não.
30 março 2011
CAFAJESTES E MULHERES EVOLUÍDAS
02 fevereiro 2011
POR FAVOR, NÃO ME AME
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Amores, obrigada pela paciência de aguentarem minha ausência por tanto tempo do blog. É a falta de assunto (ou a repetição dos mesmos temas) que me faz poupar vocês das baboseiras! hehehe
Beijos e ótima semana!
09 dezembro 2010
O QUE QUEREM AS MULHERES
29 novembro 2010
CASA, COMIDA E CAFÉ COADO
06 outubro 2010
ESSE TIPO DE GENTE
01 agosto 2010
O TÉDIO E O PAU DE FERRO
Por que ninguém monta um curso para homens de “como apimentar sua vida amorosa ouvindo o que sua mulher tem pra dizer”? Ou “como segurar seu casamento dizendo a verdade”? Ou “como não cantar sua vizinha no elevador se você já tem um relacionamento”? Ou ainda “Como se divorciar dignamente sem pular a cerca”? Sabe por que? Por que isso são valores. Sua postura diante da vida e dos fatos que te cercam. E valores não são ensinados em livros, muito menos em cursos.
Até entendo que, depois de anos de relacionamento com a mesma pessoa, qualquer mulher que não seja a sua se torne candidata à mais interessante da vez. A vizinha gostosa só é vista no elevador toda linda saindo pra balada. A colega de trabalho tem sempre um assunto que te interessa e nunca vai parecer fútil. As amigas são sempre bem humoradas, não têm ciúme, não pegam no seu pé e ainda têm o maior prazer em te apresentar as amigas gatas. Olhando por essa perspectiva, qualquer namorada parece uma bruxa mesmo. Difícil de competir.
Manter um relacionamento por longos anos requer um certo jogo de cintura (e não estou falando da dança do pau de ferro, nem da cinta-liga). É um exercício diário de tolerância. Respeito. Admiração. Confiança. Companheirismo. Cumplicidade. Pensa que acabou? Ainda nem citei: o amor, a amizade, o carinho e outros tantos alicerces de um relacionamento que ainda não encontramos em livro ou curso de final de semana. Não é simples. Não tem um manual ou um curso rápido itinerante (daqueles que a “mestra” viaja pelas cidades ministrando palestras pra “salvar” casamentos). E não se trata apenas de manter o cidadão interessado no seu corpo. Esse cidadão inevitavelmente vai olhar pra vizinha, mais cedo ou mais tarde, achando ela mais interessante que a mulher que ele tem. A princípio, nada de errado em achar a vizinha gostosa. O grande lance é: o que ele vai fazer com isso? Ele pode cantar a cidadã. Pode pegar o telefone dela. Pode trocar MSN e manter conversas durante o trabalho. Pode dizer que é solteiro. Pode uma série de coisas. Isso não tem a ver com lingerie ou curso de sedução. Tem a ver com valores. Com a índole do cidadão. Com berço. Com as coisas nas quais ele acredita. Assustada? Jura mesmo que nunca tinha pensado nisso? Sinto informar, mas o curso de sedução é válido pra uma noite caliente, não pra uma vida. Pra viver junto e manter um relacionamento sólido é preciso muito mais do que uma lingerie nova. É preciso que ambos tenham valores e princípios muito claros. É preciso que os dois estejam juntos por essa série de sentimentos e não apenas por uma convenção social. É preciso aprender que a grama do vizinho uma hora vai parecer mais verde sim. Mas que existem diversas formas de se lidar com uma situação. E é isso que vai fazer toda diferença no final.
03 julho 2010
SIM, ACEITO
Não é de hoje que casamento é negócio. As pessoas se casam pra pagar menos no plano de saúde de família. Pra ter uma esposa pra apresentar na empresa e conseguir uma promoção pra um cargo. Pra ter um marido pra pagar as contas. Pra pertencer a um grupo social. Pra ter uma família pra quem deixar a herança. As pessoas se casam por diversas razões. E amor poucas vezes está incluído no pacote.
Vi essa semana na tevê que o tal do Tiger Woods, jogador de golfe americano, se separou da mulher e ela embolsou 750 milhões de dólares dele. Mais a guarda dos filhos. Em troca, a ex-esposa não poderá falar nada sobre os romances que o ex-marido teve fora do casamento. Vou traduzir pro texto ficar mais claro: a cidadã aceitou ser corna durante anos - sei lá quantos - para embolsar uma bolada depois. Isso é amor ou negócio? (Na verdade, eu acho que isso tem um outro nome, mas aí já é assunto pra um outro texto).
Tem hora que eu fico meio puta. Dá vontade de chutar o balde e dançar conforme a música. Arrumar um homem rico que pague minhas contas e fazer tudo conforme manda o novo figurino. Foda-se o amor que só me fode a vida, foda-se que eu acredito que casamento tem que ser por (e com) amor, foda-se que eu gostaria de me casar com alguém que eu ame ao invés de me casar uma conta bancária. Tem hora que me dá vontade disso mesmo. Mas o surto dura poucos segundos e logo volto ao meu estado normal.
Acho muito espertas as Daniela Albuquerques da vida que se casam com velhos gordos carecas, 40 anos mais velhos que elas, pra ter um programa meia-boca num canal meia-boca e lançar kit de beleza. Juro que acho. Mas eu não aguentaria viver de esperteza. Perder minha juventude e minha beleza sendo esperta ao invés de ser amada. Acho muito espertas as Gimenez da vida que dão pra velhos roqueiros ricos e casados pra embolsar uma pensão gorda. Mas, sinceramente, eu não conseguiria. Primeiro que não tenho o mínimo dom pra fazer sexo por dinheiro. Segundo que eu acho que filho é coisa séria, deve ser parte de uma família, e não uma fonte de renda.
Mas nada disso é privilégio da vida moderna. É assim desde que o mundo é mundo. As pessoas trocam amor por dinheiro, sexo por dinheiro, dignidade por dinheiro. Casamento é negócio. Troca de interesses, na maioria das vezes. Admiro pessoas que se casam por amor porque é bem mais difícil de dar certo. Tem que ter fidelidade. Companheirismo. Compreensão. Tolerância. Cumplicidade. Amizade. Carinho. Respeito. E uma lista interminável de quesitos que as pessoas que se casam por amor não estão dispostas a trocar por dinheiro algum. Não é fácil. Amar dá trabalho. Muito mais prático fazer do casamento um negócio mesmo. Eu ainda to na peleja. Tentando acreditar que amar pode dar certo e que casamento por amor é que vai funcionar pra mim. Não preciso de tanto dinheiro assim pra viver. E ainda que eu precise, acho que posso conseguir o meu pé-de-meia sem negociar meus valores num casamento de conveniência.
23 junho 2010
SOBRE FINAIS E RECOMEÇOS
No meu caso, sempre tive talento pras artes. Sabia escrever, mas não queria ser jornalista. Então, o que eu poderia ser? Publicitária, claro. Olhei no guia: salário inicial médio de cinco mil reais. Opa! É isso mesmo que eu vou ser então. A minha cara! Prestei vestibular e passei de cara. Aos 17 anos. Quatro anos depois, saí da faculdade formada. Uma publicitária. Meu primeiro emprego foi numa agência de publicidade que era o sonho de dez entre dez recém-formados. Meu primeiro salário: 171 Reais. O salário mínimo da época. Mal pagava a gasolina que eu gastava pra ir trabalhar.
Ralava até altas horas da noite. Engolia sapo de cliente estressado e de chefe exigente além da conta. Ouvi várias vezes a frase: vai fazer do meu jeito porque sou eu que estou pagando. E voltava pra casa pensando se não era melhor eu ir rodar bolsinha na esquina já que eu me sentia como uma puta. Paga para fazer o trabalho sujo. Chorei. Me estressei. Dei meu sangue. Fiz meu melhor. Agradei o chefe, o cliente, quem tava pagando. Mas nunca consegui agradar a mim mesma. Vivia insatisfeita vendo o dono da empresa comprar carro de meio milhão de Reais enquanto minha colega de trabalho que ralava lá há cinco anos dia-noite-madrugada não conseguia trocar seu carro mil por um modelo mais novo.
Mudava de emprego, mudava de problema. O fato é que, aos 17 anos, você é muito novo pra saber o que quer da vida. Aos 17 anos, não temos a mínima noção dos pepinos, dos perrengues e da vida real. Na minha cabeça, publicitário ficava lá tendo idéias maravilhosas, criando campanhas milionárias, ganhando prêmios em Cannes. Existem esses? Existem. Mas são os Ronaldos da vida. Um em milhões. O maioria vive de sonho, ilusão e muita ralação. Nem de longe lembra o glamour que a gente imagina.
Glamour. Sempre soube que eu gostava do glamour. Do belo. Das artes. E aí, um belo dia, chutei o balde. Decidi me arriscar em outro ramo. Começar do zero em alguma coisa que tenha tudo a ver comigo. Já que é pra ralar, suar a camisa, dar o sangue, que pelo menos eu faça aquilo que me dê mais prazer do que estresse. Algo que me dê orgulho de mim mesma no final do dia e não que me faça chorar por me sentir subestimada em troca de um salário baixo. E eu resolvi largar tudo e começar de novo. Em outros ares. Agora já madura o suficiente pra saber o que eu quero pra minha vida. Pra saber que eu quero viver do glamour sim, mas que ele pague minhas contas no final do mês. Que eu possa ter horas de lazer, mas se eu não tiver tantas quanto eu gostaria, que eu me divirta fazendo o que eu gosto no meu trabalho.
Um brinde aos novos começos.
13 junho 2010
CADA UM NO SEU PASSADO
Ter um relacionamento, seja ele qual for, não é fácil. Ter um passado, seja ele qual for, é inevitável. Tem gente que traz um final de casamento mal resolvido. Tem gente que traz uma penca de filhos. Tem gente que traz uma ex-namorada que não sai da cola. Tem gente que traz filho que nem sabia que tinha e que aparece dez anos depois. Tem gente que traz traumas de relacionamentos antigos. Tem gente que traz medos. Decepções. E mágoas.
O passado deveria servir pra trazer aprendizado. Experiências positivas. Esperança. E ficar pra trás. O passado não deveria ser uma mala que você carrega a viagem inteira. Tudo que se vive é válido. É lindo (algumas vezes). Mas é passado. Serviu como experiência, mas passou. Passado.
Tem gente que não consegue simplesmente deixar ir. Eu tenho amiga que ainda liga pro ex-namorado depois de três anos que terminaram. O pobre coitado do sujeito já explicou mil vezes que tá namorando com outra, que vai se casar e ela não se toca. Tenho outra que coleciona namorados. Namora com um, mas continua de rolo com os ex, pelo simples fato de não conseguir largar o osso. E nisso, já está no terceiro namorado fatorial.
Seria muito bom que você pudesse interagir com alguém como se nenhuma das partes tivesse vivido experiências boas ou ruins. Como se fossem uma página em branco. Mas não é assim que funciona. Você e todo mundo têm uma memória interna. Um HD onde a gente vai salvando as coisas, deletando umas e outras por descuido – ou por querer – pra caber mais coisas de novo. E nesse HD a gente guarda tudo, desde que a gente nasceu. Pra isso serve essa memória interna. Porque é lá onde as coisas que passaram devem permanecer. Nas lembranças. Quando o passado começa a brigar com o presente, é porque alguma coisa está errada. Fora de lugar. Um deles está invadindo o espaço do outro. Seu passado é só seu. O passado do outro é só do outro. E, se esse passado não foi vivido junto no seu devido tempo, não tem porque ser vivido junto no presente.
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Queridos, tenho escrito pouco, pois decidi parar de escrever sobre minha própria vida e apenas escrever sobre minhas percepções da vida.
Beijos e boa semana.
27 janeiro 2010
ESMALTES E UM BURACO VAZIO
Dizem que a solidão é o mal do século. Eu concordo. Solidão é ter amigos, ter um namorado, ter uma família linda, ter milhares de admiradores. E não ter a si mesma. Solidão é viver numa sociedade cada vez mais superficial, cada vez mais consumista, que julga as pessoas pela aparência e pelo tanto de dinheiro que elas têm. Solidão é o que move a internet hoje – e sempre. Solidão é a única razão pela qual os Orkuts, Facebooks e Twitters da vida se popularizam cada vez mais. Queremos amigos, queremos mensagens fofas, queremos depoimentos que dizem pro resto do mundo o quanto somos lindos, cheirosos e bem amados. Queremos mostrar fotos das viagens pra Europa, queremos mostrar fotos com trinta amigos diferentes, queremos mostrar foto do namorado novo da semana, queremos mostrar fotos da nova melhor amiga de infância que acabamos de conhecer, queremos que o mundo saiba que somos amados. Queremos admiração. Queremos falar, o tempo todo, que temos amigos, amor e dinheiro. Mostramos (ou, pelo menos, tentamos mostrar) pro mundo que somos a estampa ideal, quando, na maioria das vezes, a viagem pra Europa foi financiada em mil vezes ou foi paga pela empresa, os trinta amigos da foto só são amigos na hora da foto e não são pessoas que se importam de verdade no dia-a-dia. E os novos amores se vão a cada semana.
Queremos ter mil amigos no Orkut, mas não achamos companhia pra assistir um filme no cinema quarta-feira à noite. Queremos nos comunicar com todo mundo do Facebook e “reativar” amizade com pessoas com as quais mal falávamos “oi” dois anos atrás. Damos bom-dia no Twitter (um negócio onde se fala sozinho) e não damos bom-dia pro vizinho no elevador. Adicionamos Deus e o mundo no maldito MSN pra termos companhia e não perder o contato com aquela pessoa tão querida e amada com a qual trocaremos três frases ao longo do ano. Pessoas verdes online com as quais mantemos relações virtuais 24 horas por dia. Tudo muito superficial. Tudo muito virtual. Tudo fruto da nossa maldita carência, tão maldita quanto essas relações virtuais infundadas. Precisamos nos afirmar pro mundo e pra nós mesmos. Precisamos nos encaixar nos padrões atuais de pessoa bem-sucedida e amada pra sermos aceitos.
Mas o vazio está lá. Nas tardes de domingo. Nas compras virtuais cujo encantamento acaba assim que o produto chega à nossa casa. Esperamos encontrar a felicidade no Macbook novo, no celular com mil funções que não toca, nas novas cores de esmalte que são lançadas toda semana, nos hidratantes perfumados, nos xampus caros. Compramos pra ter companhia. Compramos pra preencher um vazio interno. O mesmo vazio que tentamos preencher com amigos virtuais, relacionamentos virtuais e mentiras virtuais. Tapamos o sol com a peneira. Tapamos nossos buracos com relacionamentos que não existem. Despistamos nossa carência aguardando um produto chegar pelo correio. Nos tornamos tão superficiais quanto nossos relacionamentos virtuais. Nos tornamos tão efêmeros quanto os esmaltes da cor da moda. E continuamos nos sentindo vazios. E trocando a cor do esmalte a cada semana.
14 dezembro 2009
COISA DO DESTINO
O “destino” glamouriza tudo. Um término de namoro, um começo, um recomeço. Seu ex-namorado te liga bem no dia que você saiu com aquele cara incrível - e foi uma merda. Aí, você acredita que é um sinal, que era pra ser assim, que aquilo foi um plano traçado por Deus ou pelos deuses ou por qualquer outra força superior que não depende da sua intervenção. A verdade é que nós, mulheres, somos seres carentes. Precisamos, o tempo todo, de sinais divinos, de finais felizes, de príncipes encantados. Enxergamos príncipes em sapos. Descobrimos o amor das nossas vidas com uma semana de namoro. Nos apaixonamos no segundo encontro (ou até mesmo antes do primeiro). Acreditamos em amor à primeira vista.
Usamos o “destino” como um calmante. Era pra ser assim. Você fala pra si mesma no dia que tomou o maior e mais dolorido pé na bunda de todos os tempos. Não era pra ser. Não era pra você namorar aquele imbecil. Era pra você sair com aquele lindo tudo de bom. Inventamos o “destino” pra justificar todas as coisas que acontecem que não dependem da nossa vontade. Chamamos isso de destino pra podermos seguir em frente sem mágoas e mais confiantes. Como se tudo de bom ou de ruim que acontecesse fosse pro nosso bem. Como se não fôssemos livres pra intervir e mudar o rumo das coisas. Excluímos de nós toda culpa, mas também todo mérito. Eliminamos o acaso da nossa vida. Não acreditamos em coincidências. Tudo era pra ser. Um plano traçado imutável.
E você vive sua vida esperando que o destino te arrume um bom plano pra seguir, espera que o sapo vire príncipe (mas só o contrário acontece), espera conhecer um cara bacana quando precisa de uma informação pra pegar um táxi numa rua deserta às onze da noite. Espera que esse cara te convide pra subir e que ele seja tão bacana quanto parece à primeira vista. Você espera que ele seja lindo e macio e gentil e um fofo. Você espera que ele te convide pra passar a noite ainda que você não aceite só pra não pegar mal. Você espera que você goste tanto quanto ele ou que ele goste um pouquinho mais. Você espera que todas as suas percepções façam jus à realidade. Você espera que isso seja mesmo coisa do destino. E que o destino (esse ingrato!) não esteja de novo te pregando uma peça.