25 setembro 2006

HOMEM CERTO X HOMEM ERRADO


Sempre ouvi minhas amigas dizerem que, enquanto não acharem o homem certo, vão se divertir com os errados. Andei pensando sobre isso. A gente conhece os homens certos e pensa que são os errados, conhece os errados e pensa que são os certos. No fundo, no fundo, a gente nunca sabe. Já vivi casos dos mais malucos e, acredite, não é nada fácil saber quem é o homem certo e quem é o homem errado. Eu mesma ainda não sei. O que eu sei é que eu já tenho algumas pistas bem claras. E continuo errando.

O homem certo é aquele que quer te encontrar sábado à noite. Então, ele leva a melhor pizza da cidade pra sua casa. Leva vinho – e melhor: leva taças lindas – e fica com você (lindo e cheiroso) na sua casa. O homem errado quer ir pra melhor festa da cidade no sábado à noite. Com ou sem você. De preferência, sem. Agora, se ele te encontrar (por acaso) nessa festa, ele vai jurar, de pés juntos, que estava afim de te encontrar naquela noite. Vai ver não te ligou porque acabaram todos os telefones do mundo.

O homem certo telefona pra você e faz o convite: vamos fazer alguma coisa hoje à noite? Ele quer sua companhia. Liga pro seu celular às sete da noite pra garantir que você não vai arrumar nenhum programa melhor do que sair com ele. O homem errado te liga meia-noite e pergunta onde você tá. Claro, ele saiu e viu que a noite dele não ia dar em nada, então, resolveu te ligar. Muito provavelmente, você era o último número discado no celular dele. E, mais provável ainda: se você não atender, ele disca a próxima letra da agenda.

O homem certo te chama por apelidos carinhosos. Você é a Ju. A Renatinha. A Carol. Ou a Mi. O homem errado evita pronunciar seu nome em qualquer que seja a situação. Por razões óbvias: ele corre um sério risco de confundir seu nome com o de alguma outra baranga que ele pega. E, pra não confundir Brena com Bruna, ele evita pronunciar seu nome a menos que seja estritamente necessário. Quando quer falar com você, as frases começam com “ow”, “aqui” ou “véi”. Aff.

O homem certo quer te conhecer melhor. Pergunta sobre sua família, quer saber quantos irmãos tem. Quer saber dos seus valores. Do que você faz. Dos seus planos pro futuro. Dos seus objetivos na vida. O homem errado quer saber a cor da sua calcinha.

O homem certo diz que você está bonita com aquela calça nova. Elogia seu bronzeado e pergunta se você tem tomado sol. Repara em você. Repara se você está com uma carinha triste. Se está feliz. Se está passando mal-quase-morrendo no meio da festa. Pergunta se você melhorou, no dia seguinte. O homem errado nunca a elogia porque não repara em você. Só fala você é sarada (isso seu espelho já diz). Que você é gostosa. Gostosa o escambau!

E eu já não sei mais de nada. Se me divirto com os homens certos ou se insisto nos homens errados. E acabo procurando príncipes e beijando sapos. E beijando príncipes que viram sapos. E preferia não saber de nada disso pra continuar me divertindo e dando risada. Ainda que de mim mesma. Ainda que dos meus tropeços. Das minhas mancadas. Das escolhas erradas. E até dos homens errados. Queria rir disso tudo. Mas simplesmente não consigo. Não consigo fingir que não é comigo. Porque sou eu que me ferro por achar que o homem errado é o homem certo. Ou por dispensar o homem certo achando que era errado. Ou por fazer tudo errado. Sou eu que analiso, o tempo inteiro, as situações. As atitudes. Os mínimos detalhes que passariam despercebidos. Tentando fazer com que o homem errado pareça o homem certo. Tentando justificar, pra mim mesma, porque é que eu perco tanto tempo com aquele cidadão que não merece um minuto. Tentando achar defeitos no outro cidadão que merece a vida inteira. Tentando estabelecer rótulos do que é certo ou o que é errado ao invés de simplesmente viver sem tentar entender. Sabe de uma coisa? Vou me divertir sozinha mesmo enquanto não me encontro.


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Pessoal, continuo insistindo para que briguem comigo se esqueci de linkar alguém, ok?!
P.S.: Devo me ausentar por algum tempo devido a uma distensão muscular nas costas que me impede de ficar muito tempo na frente do computador. Descobri que tenho um músculo chamado rombóide que resolveu se revoltar contra mim. Por favor, me adulem enquanto isso... rs. Comentem. Comentem. Comentem!
Beijos.

18 setembro 2006

O HOMEM SEU TIPO

Lá estava você. Sentada na beirada do sofá daquele lugar badalado na cidade. Você e seu drink favorito da noite. E eis que surge aquele cidadão do nada absoluto. Com uma abordagem um tanto quando manjada “Você está sozinha aqui? Cadê suas amigas?”. Você não repara muito no cidadão mas, à primeira vista, ele é o oposto do seu tipo ideal de homem. Você gosta de loiros, altos e de olhos claros. Mas você é uma cidadã da maior finesse e não vai destratar o cidadão. Então, vocês começam um papo típico de pessoas que se conhecem na noite. O velho e bom “como é seu nome”, “o que você faz da vida”, “onde você mora” e por aí vai.

Em poucos minutos, você conclui que uma conversa interessante vale muito mais do que um rostinho bonito. Do que um bíceps de 40cm de diâmetro. Do que um cabelo loiro ou uma pele bronzeada. E, mais do que isso. Em cinco minutos de conversa, você descobre que o cara conhece seu chefe. Adivinhou seu sobrenome quando você disse a cidade onde mora sua família. Coincidência??? Deixa pra lá (você mora numa cidade com dois milhões e meio de habitantes e deve ser normal que essas coincidências aconteçam mesmo). Mais alguns poucos minutos e o cidadão passa da condição de homem-nada-seu-tipo para homem-que-você-beijaria.

Pois bem. Você acaba beijando o cidadão e descobrindo que uma química sem noção acomete também as pessoas que não são o tipo umas das outras. Você achava mesmo que só se atraia pelo estilo Brad Pitt e por aquele saradíssimo bronzeado da academia. Você nunca pensou que pudesse se atrair pelo playboy frenético da música eletrônica. Ledo engano. Mas, lá estava você. Encostada na parede da boate como nos tempos de adolescente. Segurando aquele cabelo macio. Beijando uma boca nova e quebrando conceitos antigos. Derrubando vodka com energético no seu Schutz novinho e morrendo de rir da situação. Perdendo o fôlego e tentando controlar a respiração. Quebrando as regras. Quebrando seus próprios limites. Deixando seus instintos te guiarem.

Até onde vai? Você não faz a mínima idéia. A única coisa que você sabe agora é que você não sai mais por aí procurando homens seu tipo. Procurando homens com um rótulo específico. Comprando o produto pela embalagem. Agora, e daqui pra frente, você lê a bula. Você checa se os compostos químicos são compatíveis. Você pula a parte que fala dos efeitos colaterais (isso você acaba descobrindo mais cedo ou mais tarde!). E, claro, evita a superdosagem. A superdosagem mata qualquer um.

O conceito do homem seu tipo, agora, está completamente reformulado. O homem seu tipo tem um papo legal. Ele lembra coisas que você disse na segunda vez que saíram que nem você lembrava de ter dito. Ele ri das coisas idiotas que você fala. Ele fala coisas mais idiotas que você. Ele ouve você cantar, pela décima vez, aquela música baranga que você adora. Pior: ouve você cantar e dança junto no meio da rua. O homem seu tipo entende um conceito de pontuação louco e imaginário que você criou, na sua cabeça, para avaliar a atitude das pessoas positiva ou negativamente. Ele dorme infinito. O novo homem seu tipo não pode ser encontrado em festivais de Pop-rock, Axés e Micaretas, pois ele, dificilmente, poderá ser reconhecido à distância. Mas, não se preocupe se não o identificar logo de cara. Você, certamente, irá reconhecê-lo assim que ele abrir a boca. E, o mais importante: o homem que não te quer, definitivamente, não é seu tipo.


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Gente, finalmente linkei as pessoas que me linkam e que me visitam com freqüência. Se esqueci de alguém, por favor, briguem comigo!
E, por favor, não matem a blogueira aqui de curiosidade. Quando comentarem, deixem algum meio de contato (um e-mail se você não tem blog)! E não deixem de comentar! Amo amo amo infinito ler os comentários.
Beijos e boa semana.

05 setembro 2006

DAS COISAS QUE A GENTE NÃO DISSE

Não tenho porque esconder. Ontem, na frente dessa tela de computador idiota, eu chorei por sua causa. E não foi a primeira vez, você sabe disso. Mas talvez tenha sido a última. Chorei porque, finalmente, tive a coragem de te dizer que eu te amei. Chorei porque você me disse que também me amou. Chorei porque essa história seria linda se fosse uma novela mexicana. Mas é a vida real. E, na vida real, é tarde demais pra deixar o “te amo” pro último capítulo.

Hoje, a história é bem outra. Meu coração já não dispara mais quando te vejo. Você é quase uma pessoa como outra qualquer pra mim. Quase. No fundo, bem lá no fundo, sei que você não é simplesmente um transeunte qualquer quando cruza meu caminho. Sei que você fez a diferença na minha história. E foi você quem me fez perder o medo de me jogar, de me atirar, de mergulhar de cabeça. Você que fez eu ter vontade de abraçar o mundo. De sair sem direção. De dizer o que eu penso mesmo que as pessoas não gostem. De dizer o que eu sinto mesmo que as pessoas se assustem. De não ter medo de me expor. De ser transparente. De ser eu mesma. Ainda que esse “eu mesma” seja tola. Seja ingênua. Seja criança. Seja desavisada. Seja apressada. Seja afobada. Seja histérica. Seja ansiosa. Seja imediatista. Ainda que esse “eu mesma” precise de alguém, às vezes, pra parar de ser isso tudo.

Foi com você que eu aprendi que amar vale à pena, mesmo que dê tudo errado no final. Aprendi que, quando a gente está do lado de quem a gente gosta, basta estar ali, na companhia certa. Mesmo que ela não diga nada. Que ela não te toque. Que ela não te beije. Quando a gente está com aquela pessoa, só isso basta. Só estar ali. Junto. Basta o olhar. O cheiro. O silencio. O calor do corpo. O pensamento que está exatamente ali, naquele instante.

Eu me lembro como se fosse ontem. Eu, apaixonada por você. Você, o mais galinha da turma. Eu pensei que eu era só mais uma. Você me disse que eu tinha prioridade. Eu ri da sua cara. Você me pediu em namoro. Eu disse não. Você ficou sem entender nada. Eu chorei a noite inteira. Você procurou um novo amor. Eu vi que tinha te perdido. Você se encontrou em novos braços. Eu fui atrás. Você disse que já tinha outra. Eu novamente chorei. Você começou a distrair seus sentimentos. E eu a me morder por te ver com sua nova namorada.

E a gente nunca mais se encontrou. Não pra falarmos de nós dois. Não pra sentarmos na porta da sua casa e você ficar me olhando daquele jeito que eu gostava. Nunca mais eu passei na sua casa enquanto você lavava seu carro. Nunca mais parei meu carro lá nas tardes de sábado sem nada pra fazer. Nunca mais você pôde implicar comigo por eu usar óculos maiores que eu. Nunca mais nos encontramos sem que eu ou você estivéssemos namorando. O destino (ou sei lá o quê) separou a gente pra sempre, sem que a gente percebesse.

Agora, seis anos depois, você vem me dizer que me amou de verdade. Só que a nossa hora passou. Ou a gente deixou passar. Hoje, aí está você, feliz (???) com sua namorada. Eu? Amei um ou outro cara. Me distraí com alguns. Mas aprendi a não deixar nada mais passar. Se a gente vai ficar junto novamente um dia? Não sei. O que sei é que o nosso tempo passou. E, quer saber? To chorando de novo depois de ter escrito tudo isso. Mas é um choro do bem. Um choro de alguém que aprendeu demais com você. Um choro de alguém madura o suficiente pra falar as coisas certas. Na hora certa. Pras pessoas certas. Ou pra falar as coisas erradas. Na hora errada. Pras pessoas erradas. Mas alguém madura pra simplesmente fazer o que está com vontade. Porque, daqui a seis anos, ou, quem sabe, 60, eu não quero lamentar ter perdido alguém por simplesmente não ter dito o que eu sentia.