31 maio 2006

MOVIDA PELA PAIXÃO

Eu não tenho mais idade pra me apaixonar. Não mesmo. Não sou mais uma adolescente e meus dezoito anos já viraram história. Mas, sentir aquele frio na barriga é muito bom. Já contei aqui mil vezes. Não gosto de nada morno. Se não tiver paixão, se não tiver emoção, se não me arrancar do chão, não serve.

Tem coisa melhor do que aquele telefonema no meio da tarde? Aquela ligação que te deixa com um sorriso apaixonado grudado na cara o resto do dia. Tem coisa melhor do que estar com alguém que te faz rir o tempo todo? Aquela pessoa que tem “aquela coisa que você não sabe explicar” que faz você não querer sair de perto dela nunca mais.

Sabe o que eu não consigo entender? Gente morna. Namoro de longa data em que as pessoas “se acostumam” com a outra. Como pode isso? Como pode alguém estar cansado sexta-feira à noite e querer dormir? Como pode alguém empurrar a própria vida com a barriga? Não vou atirar a primeira pedra. Já cometi essa insanidade. Mas hoje, e cada dia, sou uma nova pessoa. Penso. Logo, mudo de idéia. De gosto. De roupa. De estilo. De vida.

Você já esteve com alguém pensando em outra pessoa? Eu já. Você já namorou uma pessoa enquanto amava outra? Eu já. O pior erro. Mas eu não imaginava o que estava perdendo. O tanto que é bom você estar com a pessoa certa. Com aquele cara que você olha pra ele e pensa: “é exatamente com você que eu queria estar agora, nesse instante”. E o Brad Pitt poderia aparecer pelado na sua frente. E quem mais fosse. E você não trocaria aquele momento por nenhum outro. Por nenhuma outra sensação de mundo. Por ninguém mais no mundo. Nem outro lugar. Nada.

Não sei muita coisa do que quero pra minha vida. E nem tenho essa pretensão. Mas sei isto: quero tudo intenso. Tudo agora. Tudo pra já. Minha vida já está acontecendo e eu não tenho mais tempo a perder com sorrisos amarelos. Com abraços frouxos. Com bocas aleatórias. Com noites sem dias seguintes. Com pessoas que não se dão. Quero viver tudo intensamente. Até a última gota. Correr o risco. Me atirar. E sentir o coração bater forte. Sair pela boca. Me engolir. Ter aquela sensação de não estar cabendo no próprio corpo (mais alguém aqui já sentiu isso?). Quero ser arrebatada. Não conseguir dormir à noite. Acordar com olheiras e estar linda mesmo assim. Quero rir de mim mesma. Rir sozinha no meio da rua. Sair descabelada. Quero andar cantando. E fazer poesia em dia de chuva. Quero cair da escada com as pernas pra cima. Quero um dia. Uma hora. Um minuto. Desde que seja de verdade. E a verdade é que eu quero me apaixonar.

23 maio 2006

NÃO PERCA SEU TEMPO COMIGO


Verdade seja dita. Eu não sou como você esperava. Eu não sou uma loira-barbie pra te acompanhar nas festas jet-setters que você freqüenta. Eu não tenho um par de peitos de 300ml de silicone em cada um. Não tenho uma bunda de 102cm de diâmetro como a da Juliana Paes. Eu sou muito mais do que você espera. Muito mais do que você agüentaria. E talvez até mais do que você merece.

Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.

Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.

Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não agüentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.

Insisto. Não perca seu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim.


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Pessoal, esse texto circula na internet com várias autorias. Mas o texto é MEU e, assim como todos os outros, é registrado na Biblioteca Nacional, no escritório de direitos autorais.

Portanto, pesquisem antes de espalhar as coisas na internet.
Beijos.

15 maio 2006

AS TARDES DE DOMINGO


Este é só mais um texto sobre as tardes de domingo. As tardes de domingo de uma cidadã solteira. Avulsa mesmo. Sozinha. Em casa. Mora sozinha. Almoça sozinha nos finais de semana. Dorme sozinha. Acorda sozinha no domingo com a cara borrada de maquiagem da noite anterior. Viaja sozinha. Dirige sozinha pela estrada. Dança sozinha em casa com o som alto. Chora sozinha. Uma cidadã que está cansada de todos acharem que ela é uma super-mulher. E ela se sentir uma menina ainda. Carente. Intensa. Que quer abraçar o mundo. Que tem preguiça profunda de gente que mente. De gente que se entrega pela metade.

E a cidadã enfrenta mais uma tarde de domingo daquelas que não se tem nada pra fazer. Ninguém pra quem ela gostaria de ligar. Seu celular toca uma vez. END. Toca duas. END. Toca três. END mortal. E ela começa a colecionar números. Sete cidadãos ligando no mesmo final de semana. Seis ENDs. 160 contatos no MSN. 32 bloqueados. Alguns scraps com cantadas baratas no orkut. 492 amigos. Zero sentido nisso tudo.

A cidadã-super-mulher-de-uma-figa é metida a entender os homens. Mas não entende nem sobre si mesma. Não entende como consegue não se apaixonar pelo vizinho que lhe mandou uma cesta de café-da-manhã porque a viu uma única vez na vida. Uma cesta deliciosa com um bilhete mais do que gentil. Um convite pra sair que nunca saiu do papel. Ou porque ela não se apaixonou por aquele cara que cozinhava quando ela tinha preguiça de sair pra almoçar. E a recebia em casa com taças de champagne na mão e um sorriso no rosto.

E ela não entende o que leva um cidadão a convidá-la pra sair. Buscá-la em casa num carro importado que vale mais do que seu apartamento. Levá-la ao melhor restaurante. Ser um gentleman. Pagar a conta. Abrir (e fechar!) a porta do carro. Depois sumir. Aparecer novamente. Sumir. Aparecer novamente. A cidadã simplesmente não entende porque ele não some de vez.

A cidadã-filósofa-barata-de-merda entende é que os homens fazem tudo errado. Que não adianta abrir a porta do carro, se ele não abre o coração. Que não adianta mandar flores, se ele não manda no rumo da sua vida. Que não adianta convidar pra sair, se ele não a convida pra fazer parte da vida dele. Que não adianta passar a noite se, no dia seguinte, ele some sem dar notícias. Que não adianta pagar a conta se o que ela quer mesmo não tem preço.

E a tarde de domingo vai chegando ao fim. Aquele gosto azedo de segunda-feira no ar. Pra começar tudo de novo. Sozinha. De saco cheio de promessas baratas. De bocas aleatórias. De pessoas que nada sabem a seu respeito. De carinho com muita mão e pouco sentimento. De músculos fortes e cabeça fraca. De agenda cheia e vida vazia. Uma cidadã sem saco pra joguinhos. Que fala o que pensa. O que sente. Que não passa vontade. Mas que, às vezes, não liga pro único cidadão que ela quer por puro medo de ser mal interpretada. Por puro medo de dar tudo errado. Essa cidadã acha que controla o futuro, mas morre de medo dele. E não controla a própria vida. Muito menos os próprios sentimentos. E lá vai ela começar tudo de novo. Com aquela pose de super-mulher. Aquela barriga dura e aquele coração mole.

10 maio 2006

TUDO IGUAL

Você já ouviu várias histórias sobre “igualdade entre homens e mulheres”. Já ouviu também várias histórias sobre Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e Fada Madrinha. Pois bem. Você quer aquele lindo. Mas acontece que você nasceu mulher, ou seja, a menos que ELE te convide pra sair, sua linda história de amor acaba aqui, nesta linha.

Não importa se você tem 13 ou 31 anos, certas coisas nunca mudam. Se você nasceu mulher, vai ter todos os homens a seus pés, mas sua sentença será bancar a desentendida sempre, para que eles pensem que ELES estão no comando. Deixar que eles tomem a iniciativa sempre (seja lá qual for o quesito). Caso contrário, você será execrada pelo resto da sua existência por estar fazendo o papel que o homem pensa que é dele.

Alguém, por favor, me explica o que é essa cultura machista que transforma a mulher na caça e o homem no caçador. Por que nós, mulheres, temos que esperar a boa vontade dos homens de convidar a gente pra sair?

Eu posso dirigir de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. Sozinha. Ir e vir de onde eu bem entender. À noite. De madrugada. Administrar minha própria casa. Pagar minhas contas. Trabalhar. Cuidar da minha própria vida. Sair de manhã e voltar à noite. Ser dona do meu próprio nariz. Mas, na hora que estou do lado de um homem, preciso me tornar um ser “indefeso”, ser o que não sou de verdade. Fingir uma fragilidade que não existe.

Por que os homens se assustam tanto com essa nossa independência? O que é essa cultura machista em que o homem precisa ser mais inteligente que a mulher? Mais forte. Dirigir melhor. Mais rico. Ter mais poder. Estar no comando da empresa. Ter o poder de decidir se vai ou não te convidar pra sair. Vai ou não assumir um compromisso. Vai ou não te pedir em casamento.

Quer saber?! Essa falsa igualdade entre os sexos está cansando a minha beleza. Você é igualmente independente. Você viaja sozinha no seu próprio carro. Pilota como um homem. Troca pneu no meio da estrada. Sabe o que é uma correia do alternador. Troca lâmpada. Instala chuveiro elétrico. Conserta a descarga. Prega prego na parede. Pinta a escada. Faz leg-press com 140kg. Mas experimente agir como um homem. Beijar vários no mesmo final de semana. Fazer sexo com pessoas aleatórias. Flertar com o bonito da academia e convidá-lo pra sair. Não, não pode.

Pro inferno então com esse papo de igualdade. Vou rever meus conceitos. Parar com esse blog e fingir que não sei escrever. Que não tenho opinião formada sobre assunto nenhum. Bater meu carro por aí. Assistir Ana Maria Braga e aprender a cozinhar (tudo bem que eu sei fazer ovo cozido, mas meus amigos dizem que isso não conta). Me tornar uma “lôra burra”. Colocar 300ml de silicone em cada peito. Passar as tardes no salão de beleza. Na academia. No clube. Vou abandonar tudo e ser dondoca. Comprar um poodle e tosar o pêlo dele com aqueles pompons nos pés. Arrumar um homem velho e rico que pague minhas contas. Todas elas, por favor.

E viva a desigualdade.


P.S.: Tudo mentira, viu, gente?! Continuo aquela mesma Brena que tem forte atração por vinhos baratos e por homens mais novos que racham conta de três reais. Aff.