27 fevereiro 2007

O MEU UAI E O SEU SOTAQUE PAULISTANO

Já disse que to viciada em você e vou ficar repetindo até você se viciar no meu vício. Repito quantas vezes for preciso cada frase estúpida que você adora ouvir de mim pra fazer poesia. Abandono o top less porque assim o mundo fica em paz com você e as marcas do meu biquíni viram inspiração pra sua piração. Abandono meu vício pelas baladas intermináveis pra me viciar só em você. Interminável. Infinito. Como tudo deve ser.

Porra!

Adoro seu sotaque paulistano (agora eu sei que paulistano é diferente de paulista!). Adoro que tudo que eu falo tarde da noite vira texto na sua mão. Adoro quando eu to na sua mão. Adoro que eu to na sua mão. Adoro seu jeito de inventar nomes pro meu nome. Adoro seu jeito de brigar comigo e falar meu nome. Adoro o jeito que você me amolece aos poucos. Adoro o jeito que você me paparica quando eu brigo com você só pra você me paparicar. Adoro sua imaginação branca. Adoro ser uma página em branco. Adoro que você é fofo de vez em quando. Adoro que você é poeta e pensa que é redator. Adoro que você é gênio e pensa que é publicitário. Adoro seus recados no orkut que só eu entendo. Adoro o jeito que você gosta de mim que nem eu entendo. Adoro até quando eu não te entendo.

Adoro-te. Porra!

21 fevereiro 2007

A ÚLTIMA PRIMEIRA VEZ

Ele toca a campainha e, ao contrário de todas as vezes anteriores, ela não corre pra terminar de se arrumar. Ela não coloca brinco na orelha, não retoca o batom, não troca a sandália de dedos pelo salto alto. Ela atende a porta de chinelo velho e cabelo preso pra trás da orelha com piranha de plástico daquelas de duas por um Real. Ele a olha nos olhos, diz que está com saudade e a abraça com tanta força que parece que vai quebrar aquele corpinho magrelo. Ela fica na ponta dos pés para abraçá-lo e, nesse instante, se lembra que costumava fazer isso para alcançá-lo.

Foi tudo muito estranho pela primeira vez. O tênis esquisito dele não combinava mais com ela. Aquela camisa larga e aquela bermuda mais pareciam seu irmão de 17 anos. Nada nele havia mudado, mas era tudo diferente pra ela. A voz, o sorriso meio sem graça, o cabelo liso meio sei lá, as canelas finas, as mãos quadradas num tom rosado de tão brancas. Tudo tão igual sempre foi e tão estranho pra ela.

A vida dela andou nesse um ano e pouco que eles ficaram sem se falar. Ela mudou. Piorou em algumas coisas, melhorou em outras, mas mudou. Ela, que não gostava de rave e andava pra música eletrônica, agora compra ingresso com um mês de antecedência. Ela trocou a cama por uma melhor, o sofá da sala por um branco lindo, mudou os móveis de lugar depois do Natal, trocou o carro por outro que anda muito mais. Mudou o tom do cabelo, o estilo das roupas. Fez vários novos amigos. Para ele, parece que o tempo não passou. Ele acha que pode chamá-la pelos apelidos que ele costumava inventar pra ela, acha que pode pegar nela onde bem entender e que pode arrumar o cabelo dela pra trás da orelha. Não.

Eles ainda têm algum assunto, mas ela já não faz mais piadinhas pra implicar com a vida de solteiro dele. Ela não é mais dissimulada quando ele pergunta se ela está com alguém. Ela está solteira e não precisa mais fingir que está de rolo com alguém pra fazer ciúme nele. Não faz mais sentido. Nada mais faz sentido. As brincadeiras, o abraço, o toque do corpo. Acabou a emoção, acabou o brilho no sorriso, acabou o sorriso nos olhos. Coisas do tempo.

Ele partiu sem nenhuma dor. Ela fechou a porta e sua vida continuou de onde estava. Pela primeira vez, ela fechava aquela porta sem sentar na escada e chorar por ele ter ido embora pra sempre. Pela primeira vez, ele saiu sem que ela o observasse partir com o coração apertado. Pela primeira vez, ele foi embora sem deixar uma gotinha de esperança de que ela pudesse tê-lo de volta na vida dela. Pela primeira vez, ele partiu sem que eles tivessem trocado mais do que um abraço apertado. Pela primeira vez, ele se foi sem que eles tivessem remexido o passado ou chorado porque alguma coisa não deu certo entre eles. Pela primeira vez, ele foi embora de verdade. Pela última vez, ele foi embora.

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Meus amores, tenho recebido vários pedidos de texto, mas, por favor, deixem o e-mail no comentário quando fizerem isso. Vários perfis de pessoas que comentam não estão disponíveis para visualização e isso tem me impossibilitado de retornar a visita ou de fazer algum contato.
Beijos e vamos começar o ano finalmente!

07 fevereiro 2007

SEU PASSADO NÃO TE CONDENA

Não vou te adicionar no orkut. Não quero saber quem deixa recados pra você e qual o conteúdo deles. Isso é problema seu. Também não vou fuçar sua página na internet porque não quero achar assuntos que não me pertençam e acabar por interpretá-los mal. O que eu quiser saber da sua vida, vou te perguntar sem rodeios. Também não sou mulher de espionar celular. E-mail. Caixa postal. Nada disso. Não vou perguntar a ninguém sobre seu passado. Seus amores. Sua história. Prefiro que você mesmo me conte o que eu precisar saber. E, aliás, quero saber só o que você quiser me contar.

Saber da sua vida pelos outros seria deixar que eles resolvessem por mim. E eu detesto que resolvam qualquer coisa por mim. E muito menos vou deixar seu passado resolver o seu futuro comigo. Taí. Detesto especulações. O que vai ser do meu futuro junto com o seu não tem como eu, nem você, nem outra pessoa qualquer saber. Só pagando pra ver. E a gente paga. Assume os riscos. Calcula o custo-benefício. E, no final, o saldo promete ser positivo.

Traiu sua ex-namorada? Fugiu de casa? Jogou a outra da janela? Não me interessa. O que você vai ser comigo nunca vai ser igual ao que você foi com qualquer outra pessoa. Sabe por que? Porque eu não sou igual a qualquer outra pessoa. Por isso não quero saber. Não quero saber da sua vida o que você não quiser me contar. Não quero saber o que os outros têm pra falar de você. Se é do bem ou do mal. Se trabalha ou é vagabundo. Se é fiel ou trai a si mesmo. Deixe que eu tire minhas próprias conclusões a seu respeito. Não gosto que me digam como fazer. Meu passado não é um lençol de cetim branco. O seu não é. E atire a primeira pedra quem não tem uma manchinha negra escondidinha lá no canto.

A gente tá começando do zero. Eu sou uma nova pessoa pra você, e você é esse cidadão que eu não sei ainda. E quer saber mais? Eu confio cem por cento nos meus sentimentos. E eu confio em você porque eu confio naquilo que eu senti a primeira vez que te vi. Afinal, não tinha como ser diferente. Eu te olhei e já sabia o final da história (e olha que ela mal começou). Eu te olhei e meu passado, presente e futuro passaram como um flash diante dos meus olhos. Eu não quis saber se sua boca tinha gosto de cigarro ou de chocolate. Eu não quis saber se você era rico ou pobre. Se morava na zona norte ou na zona sul (ou em outra cidade!!!). Eu não quis saber se você andava de carro ou de carruagem. Se era príncipe ou sapo. Eu só quis saber se você me queria. E então, não me faltou mais nada. Seu sorriso te entregou. Aquele cabelo liso caindo na cara e fazendo charme falou por você. E tudo que eu queria estava ali, mesmo antes de eu saber que eu queria. E eu sabia que era você. Eu já te conhecia antes de você me contar da sua vida. Eu li tudinho no fundo dos seus olhos enquanto você falava oi pela primeira vez. Eu te li sem te julgar. Por isso, insisto: eu não quero saber de onde você veio, o que você fez ou quem amou. Quero saber quem você é quando está comigo. Quero saber se quando eu colocar meu coração na sua mão, você vai segurá-lo com a mesma força que você segura minha mão. Quero saber se posso confiar em você como confio em mim mesma. Quero saber da sua vida só hoje. E do amanhã, quero saber só se você estiver comigo. Anda, diz pra mim que você vai estar!

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Queridos, como sempre, agradeço os e-mails, as visitas de quem comenta, de quem só lê e não comenta, de quem lê e comenta comigo... de todos os fofos desse mundo que fazem a blogueira aqui morrer do coração! Beijos.