12 março 2009

NÃO ME INTERESSA


Não me impressiono com cifras, títulos ou promessas. Não acredito em palavra dita ou escrita. Acredito em atitudes, somente. Palavras, eu já tenho. Nasci com esse dom. Posso te contar minha vida inteira e, ainda assim, você não vai saber nada de mim. Quer me conhecer lendo meus textos? Nem tente. Eu não conseguiria descrever um décimo de tudo que eu penso mesmo que eu soubesse todas as palavra do mundo.

Não reconheço um homem meu tipo à distância. O homem meu tipo vai muito além de um cara bonito qualquer que cruza meu caminho. Não sou do tipo que precisa ser paquerada pra aumentar minha auto-estima. Isso eu já tenho de sobra. Me amo desde os horríveis dedos dos pés aos bem tratados fios de cabelo. Uso xampus de 90 reais. Me cuido como se eu fosse uma princesa. E exijo ser tratada como tal.

Não preciso dar golpe do baú, golpe da barriga ou golpe da periquita louca. Tem muita mulher se dando bem dando pro homem certo, mas eu prefiro me dar bem do meu jeito. Vim ao mundo a passeio. Não pretendo construir nenhum império nem ficar aqui por muito tempo. Cuido de duas calopsitas que são as coisas mais importantes na minha vida. Todo resto é bobagem. Pode ficar com meu carro, meu dinheiro, minhas roupas. Só preciso dos meus documentos pra eu lembrar quem sou. Como se eles, os documentos, pudessem me dizer.

Nunca seria política. Não sei agradar ninguém dizendo algo que não penso. Ou que não é. Tento dar bons exemplos. Tenho consciência de que sou responsável por tudo que escrevo uma vez que deixo alguém ler. Falo palavrão na hora certa. Xingo na hora errada. Escrevo tudo que vem à minha cabeça sem roteiro, sem pensar se vão gostar ou não. Escrevo tudo que penso. Não penso em tudo que escrevo. Escrevo porque é a forma de organizar meus pensamentos. Escrevo porque é a forma de eu me conhecer mais e de você me conhecer menos.

Não me importo em ser clichê, nem em repetir isso a cada texto. Não me importo de escrever mil vezes sobre o mesmo tema. O amor é clichê e inesgotável. Impossível não ser igual a tudo que já foi dito. Impossível não dizer de novo a mesma coisa. Ouvi na rádio esses dias uma bandinha “emo” cantar que “pra existir história, tem que existir verdade”. Clichê? É. Mas é a maior verdade que ouvi nos últimos tempos.

Não existe mesmo história sem verdade. Mentira tem perna curta, já diz o ditado. E eu digo mais: meias-verdades andam de perna-de-pau. Uma hora, inevitavelmente, elas vão cair. Toda palavra dita se torna mentira sem uma atitude coerente. A verdade está na coerência, na transparência e nas atitudes. Acredito nisso. Acredito em calopsitas, xampus caros e atitudes coerentes. Todo resto é bobagem.